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sábado, 20 de março de 2010

O ÊNGODO DAS TEORIAS REDUCIONISTAS







Por : Rosana Biondillo

Fonte: http://yogablog.zip.net/



Existem várias teorias reducionistas, mas, reduzindo a explicação para o que seja uma teoria reducionista: é a que reduz todas as variantes de uma determinada coisa a uma só coisa.

Na vida cotidiana, com toda a certeza, você já deve ter feito isso e continua fazendo, mesmo que não perceba. Você já deve ter se pegado falando coisas do tipo:

- Atrás de todo grande homem sempre existe uma grande mulher.

- Ser mãe é padecer no paraíso.

- Não é a quantidade que importa, mas a qualidade.

- Tudo é psicológico.

- Tudo é relativo.

- O sofrimento é opcional.

- Querer é poder.

- Homens traem mais do que mulheres.

E tantas outras a perder de vista, variando das mais suaves e aparentemente inofensivas às mais grotescas e gritantemente abusivas.

O tempo todo, de um modo ou de outro, estamos reduzindo nossas concepções e ações, categorizando todas as coisas como se fossem uma única coisa. Acabamos reduzindo várias possibilidades a uma única possibilidade, várias abordagens a uma única abordagem. De fato, acabamos com o fascínio da pluraridade e nos confinamos à mesmice da singularidade.

Além de serem apenas pontual, circunstancial e parcialmente verdadeiras, essas teorias, quando exploram o reino dos comportamentos, tornam-se emburrecedoras e injustas, chegando a ser incrivelmente cruéis.

Eu mesma, há bem pouco tempo, estava embarcando nessa onda, dizendo que os homens preferem as burras. Até que, como vindo do nada, um homem muito jovem, lindo e inteligente, rodeado e perseguido por mulheres de todos os tipos, idades, tamanhos e QIs, se declarou para mim, dizendo que é fascinado por mulheres intelectuais, que não são só inteligentes, mas intelectualmente inteligentes. E completou dizendo que esse quesito para ele é mandatório, pois, caso contrário, não há chance de rolar nada!

Nesse momento, muitas mulheres, especialmente as que obviamente não se encaixam nesse perfil, e muitos homens, que também não se encaixam nesse perfil, poderiam reduzir essa preferência na já existente teoria: se o cara não se interessa sexualmente por uma mulher apenas por ela ser fisicamente atraente, sexy, gostosa, bonita, ele provavelmente é gay, frouxo, impotente etc e tal.

A simples verdade é que a vida surpreende a gente quando menos esperamos. E quando nós a banalizamos, reduzindo as nossas percepcões e possibilidades, nossos anseios e desejos individuais, o resultado não pode ser nem atraente nem interessante, embora possa ser bem menos trabalhoso e cansativo.

Por isso, eu me atrevo a dizer: se não for uma redução de caldo para risoto, como as utilizadas na alta gastronomia, melhor pensar bem antes de embarcar nessas citações oriundas de uma dessas teorias reducionistas comportamentais quaisquer.

Vivendo e aprendendo, sempre. E, de preferência, sem tentar reduzir o irreduzível do conhecimento.

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