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sábado, 2 de janeiro de 2016

A VERDADE NA VIRADA DO ANO

    Por Tais Luso

Nunca gostei de despedidas. E muito menos de retrospectivas do ano agonizante. Não me cai bem. Naturalmente nunca mudei minha opinião, nunca tive sonhos na passagem do Ano-Novo. Também jamais tracei metas. Sei que não faço parte do pelotão dos animados, mas isso não me incomoda.

Nesses anos todos, vim observando e consolidando minhas ideias a respeito dessa festividade e do comportamento humano. Da mesmice, da continuidade de nossas atitudes após a festa. Se isso adiantasse o mundo seria outro, porque passagens e oportunidades tivemos aos milhões.

Temos nossos defeitos e virtudes. Dos defeitos, somos perdoados com sinceridade. As virtudes, segundo Nietzsche, são difíceis de serem reconhecidas. E como poderia eu discordar do filósofo se observo que a virtude incomoda grande número de pessoas? Certas atitudes nunca se ajustam nessa passagem de ano. É muita festa... Muito oba-oba.

Também me interrogo: por que comemorar um momento - meia-noite -, se dezembro e janeiro são separados por horas? Não seremos as mesmas pessoas no ano que se finda e no outro que se inicia? Poderia eu mudar minhas atitudes, consolidadas, em minutos?

Foi pensando na importância das metas traçadas, nos relacionamentos entre humanos que me lembrei da história das ostras, que quando são feridas é que produzem pérolas. Pérolas que nascem do sofrimento.

Ao contrário das ostras, o ser humano nada produz quando despeja seu ódio em cima de alguém, destruindo o físico, o espírito e a moral de seu opositor. Deixa feridas que não cicatrizam, como resultado de preconceitos, de mentiras, de inveja.

Difícil lidar com esses sentimentos devastadores. Difícil acreditar em mudanças de fim de ano, em gente que nada tem a ver conosco nem em afetos, nem em afinidades.

Acumulamos sonhos de consumo que não são para o nosso bico, sonhamos com castelos de futilidades como se tivéssemos 'tempo' de usufruir de tudo. Gosto da rotina, da simplicidade do cotidiano. Alegro-me com as coisas que estão ao meu alcance. E assim sou eu, mesmo com as toneladas de fogos saudando os céus, nada modifica.

E nada é mais fantástico do que a vida em si, imaginar o Universo e seus mistérios que nos oferecem uma natureza exuberante. Mas respeito a alegria coletiva, embora saiba que, no mundo dos sentimentos e das comemorações, o amanhã será igual ao hoje, salvo se cada um de nós se propuser à mudanças interiores, independente de data. Aí sim, acredito.




Copiado daqui:http://taisluso.blogspot.com.br/2015/12/a-verdade-na-virada-do-ano.html

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